A história, que hoje em dia pode soar pouco original e banal, é a seguinte: Ellie (Claudette Colbert, com suas sombrancelhas finérrimas!) é uma herdeira mimada que decide fugir do pai porque este não aceita seu casamento com um playboy de Nova York. Na sua fuga, ela decide tomar um ônibus, coisa que seu pai e os detetives que ele pôs em seu encalço nunca iriam imaginar. No ônibus, conhece um jornalista meio fracassado chamado Peter (Sim, Clark Gable, mais irônico do que nunca!), que ao descobrir a identidade de Ellie resolve tirar proveito da situação e ganhar uma manchete de jornal. Ellie por sua vez, acaba aceitando viajar com o rapaz, já que não sabia mesmo como se virar sozinha. Assim, fingem que são recém-casados para evitar intrometidos (o que não ajuda muito), já que o pai de Ellie estava oferecendo uma recompensa de $10.000 para quem lhe devolvesse a filha.
A viagem dos dois rende cenas hilárias com diálogos sarcátiscos, como a que Peter fala da arte e da psicologia do ato de despir-se (!). A farsa que montam para enganar os detetives (com direito a uma Ellie histérica e Peter, um marido brucutu) e a cena de Peter ensinado a Ellie o método "infalível" para se pedir carona, são as mais engraçadas do filme.
O final, como nas maiorias das comédias românticas, é um tanto óbvio, mas não menos engraçado, com "as muralhas de Jericó" finalmente caindo ao som das trombetas.
É o tipo de filme que poderia ser feito hoje, mas que poderia perder parte de sua graça. Sem o charme irônico de Clark Gable e a arrogância e indiferença da Ellie de Claudette Colbert o filme não seria a mesma coisa.
Bem, nos vemos por aí!